Cardiologista orienta sobre doenças do coração em meio à pandemia de Covid-19

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Repórter: Neide Brandão

Repórteres Fotográficos: Carla Cleto, Neide Brandão e Thallysson Alves

O controle dos fatores de risco aliado à atividade física, alimentação
balanceada e consulta regular são algumas das orientações dos cardiologistas
para diminuir os riscos cardiovasculares. Mas o que fazer em meio a uma
pandemia, alguma recomendação precisa ser alterada? O médico cardiologista do
Hospital Geral do Estado (HGE), Alex Barros, orienta que os mesmos cuidados adotados
anteriormente devem ser seguidos, uma vez que as doenças cardiovasculares estão
entre as patologias que mais matam e que os pacientes cardiopatas podem
desencadear uma maior gravidade no caso de contraírem a Covid-19.

“Fatores de risco como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade podem gerar algum problema cardiovascular. O acompanhamento médico regular, mesmo em meio à pandemia, tornar-se importante não só no controle das doenças já instaladas, mas, principalmente, na prevenção através da detecção precoce e intervenção nos fatores de risco. Vale uma ligação ao médico, uma consulta virtual, seja como for. Mas não pode deixar para depois cuidados essenciais”, orientou.

Segundo o especialista, além da orientação, caberá ao médico decidir sobre a necessidade do uso de medicações. Alex Barros explicou que a doença periférica, por exemplo, está relacionada com o estreitamento e endurecimento das artérias que realizam o transporte do sangue para os membros inferiores. “Esta síndrome, caracterizada por processo aterosclerótico dos vasos periféricos pode ocasionar obstrução ao fluxo sanguíneo, acarretando isquemias”.

O cardiologista salientou que a maioria dos casos de morte súbita está relacionada com doenças do coração, conhecidas ou não pela vítima. “Em pacientes jovens podem ser ocasionadas por cardiopatia hipertrófica e algumas síndromes. É um desfecho fatal. Daí a necessidade da consulta anual com o profissional na área”, alertou.

De acordo com o especialista, muitas pessoas ainda confundem os sintomas
do infarto. “O que mais caracteriza o IAM [Infarto Agudo do Miocárdio] ainda é
a dor precordial, na região do peito. A pessoa pode apresentar uma dificuldade
ao respirar, palpitações, tontura e até desmaios. No entanto, existem alguns
grupos de pessoas, como os diabéticos, idosos, mulheres, revascularizados,
pacientes em uso de beta bloqueadores que podem ter sintomas atípicos e que
confundem com sintomas gástricos (náuseas, vômitos, tonturas, azia, mal-estar
inespecífico). Estes pacientes devem ficar em alerta”, orientou.

Topo da lista – Entre as doenças cardiovasculares que mais matam encontramos o acidente vascular cerebral (AVC), a doença vascular periférica, o infarto agudo do miocárdio, a morte súbita e a síndrome coronariana aguda. A síndrome coronariana aguda nada mais é que a formação de um trombo no interior da artéria coronária, segundo explicou o especialista.

“As placas de gordura na parede das artérias provocam o enrijecimento arterial ao longo do tempo. Essas placas podem se tornar grande o suficiente para reduzir o fluxo sanguíneo. No entanto o maior dano ocorre quando elas se rompem levando a formação de um coágulo, que, por sua vez, pode obstruir a passagem do sangue até o coração”, apostilou Alex Barros.

Apesar de fatores como a predisposição genética, os maus hábitos de vida ainda dominam as estatísticas como principal causa. “Uma alimentação inadequada e rica em gordura saturada é terrível, aliada a diabetes, hipertensão, sedentarismo, sobrepeso e tabagismo pronto”.

O cardiologista do HGE destacou que uma alimentação saudável, aliada à
prática de atividade física regular, são medidas importantes que devem ser
seguidas para evitar eventos cardiovasculares. “Também se deve evitar o fumo, o
álcool precisa ser moderado, manter o peso controlado, realizar atividades que
tragam prazer e evitar o estresse”, referiu, reforçando que, independente de
pandemia, pode-se cuidar do coração com sabedoria.

Fonte: Saúde Alagoas

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