/coronavic: Qual a eficácia das vacinas? Infectologista do Hospital da Mulher tira dúvida

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As vacinas CoronaVac e AstraZeneca têm eficácia comprovada contra a Covid-19

Mesmo a CoronaVac tendo o registro de 50,38% de eficácia global nos testes realizados no Brasil, e a AstraZeneca, produzida em Oxford, ter a eficácia de 76% após três semanas da primeira dose, muitas pessoas ainda estão com dúvidas quando o assunto diz respeito aos imunizantes. A infectologista e gerente médica do Hospital da Mulher (HM), Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda, dá orientações importantes para que não sobrem dúvidas sobre os efeitos das vacinas.

De acordo com Dominique, ambas as vacinas são seguras e, por isso, a maioria das pessoas pode receber o imunizante. Ela explicou que a CoronaVac adota o coronavírus inativado, sem vida, o que impede uma hipotética infecção da doença, enquanto a vacina AstraZeneca é feita com um adenovírus de chimpanzé, não o coronavírus, mas um vírus que não é causador de doença em seres humanos e modificado geneticamente.

“Talvez as pessoas estejam amedrontadas com o fato de a eficácia geral da CoronaVac ter uma porcentagem de pouco mais de 50%, que é o permitido para uso emergencial numa situação de pandemia, enquanto a da AstraZeneca ter uma eficácia acima de 70%, demonstrando, assim, uma superioridade, teoricamente, muito maior que 50%. Mas, na verdade, o que precisa ser esclarecido é que tanto uma quanto a outra impedem desfechos graves do adoecimento provocado pelo novo coronavírus”, garantiu a infectologista do HM.

De acordo com a especialista, a resposta imunológica com a CoronaVac ocorre dentro de 14 a 28 dias após a primeira dose da vacina, sendo necessária uma segunda dose após 14 ou 28 dias. “Sabemos que entre e a primeira e a segunda dose já inicia o processo de produção de anticorpos. Porém, o corpo só vai responder de forma eficaz com as duas doses associadas, com distância de duas a quatro semanas entre elas. Por esta razão, quem tomou a primeira dose, deve continuar se protegendo, porque ainda não está imunizado”, destacou Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda.

Já a vacina AstraZeneca, tem 76% de eficácia contra infecções sintomáticas após uma única dose. Assim como a CoronaVac, o corpo também começa a produzir anticorpos entre 14 a 28 dias. “As duas vacinas têm a tendência de evitar eventos graves da doença. Os componentes das vacinas, seja a da CoronaVac, seja a AstraZeneca, não vão causar um adoecimento. Pelo contrário. Elas vão preparar imunologicamente para, caso se tenha contato com o vírus, desenvolva sintomas leves, de maneira a não necessitar, inclusive, de uma ida a um pronto atendimento, de tomar um antitérmico, de se hidratar, ou de ter aquela angústia de desenvolver uma forma grave da doença. Isso é muito válido diante da situação a qual o mundo está vivendo”, destacou a infectologista do HM.

Na opinião especialista, a população deve tomar a vacina que estiver à disposição, seja a CoronaVac ou a AstraZeneca. “Dizer que pouco mais de 70% é muito melhor que pouco mais de 50% é, para mim, de um entendimento e de um olhar leigos. Todavia, a nuance principal que precisa ficar clara é que, tanto uma quanto a outra vão evitar, sobretudo, óbitos e hospitalizações”, pontuou Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda.

Quem não pode se vacinar – A infectologista do HM recomenda que uma das grandes contraindicações das vacinas são para pessoas que tenham reações alérgicas contra algum dos componentes dos imunizantes e, para isso, o usuário deve solicitar informações no local de vacinação. Outro impeditivo temporário para a vacinação é o caso de febre dentro de um período de 24 horas e, no caso de estar com o diagnóstico da Covid-19, a vacina só pode ser ministrada após quatro semanas de estar totalmente recuperado da infecção.

As grávidas e lactantes também fazem parte deste grupo em que há contraindicação para as vacinas contra a Covid-19. A infectologista do HM frisou que é uma contraindicação relativa, visto que elas não fizeram parte dos ensaios de eficácia nos trabalhos científicos. Portanto, a indicação do Programa Nacional de Imunização (PNI) é que as gestastes e as lactantes sejam avaliadas por um médico especialista, para saber se podem ou não tomar a vacina. 

“Como a Covid-19 tem o risco cinco vezes maior de complicar a vida da gestante do que uma vacinação, a minha opinião de médica especialista é que a gestante deve ser liberada para se vacinar, pois a CoronaVac e a AstraZeneca são seguras do ponto de vista de tecnologia e biologia”, garantiu Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda.

Posso transmitir a Covid-19 ou ser infectado mesmo tomando a vacina? A resposta é sim. Segundo a infectologista do HM, enquanto você estiver desenvolvendo o seu sistema imunológico por meio da vacina, é imprescindível o uso de máscara, a lavagem das mãos e o distanciamento social. Do contrário, você poderá transmitir ou adoecer.

“Nunca é demais lembrar que a vacinação não vai conferir uma imunidade imediata, de você estar protegido contra o novo coronavírus dentro de duas horas. Até que seja tomada a segunda dose, no caso da CoronaVac, você pode adoecer da Covid-19. Ter recebido a primeira dose da vacina não é estímulo suficiente para você ficar 100% imunizado. Com a segunda dose, você ainda precisa esperar de duas a quatro semanas para que o seu sistema imunológico garantir resistência. E, mesmo após a segunda dose, é necessário usar máscara e manter as medidas de prevenção. Essa orientação também é válida para a AstraZeneca, cuja vacina é administrada com apenas uma dose”, orientou Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda.

Fonte: Saúde Alagoas

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