Hemoal assegura assistência a 656 falcêmicos durante pandemia da Covid-19

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Repórter: Josenildo Törres

Repórteres Fotográficos: Carla Cleto e Olival Santos

No Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, instituído em 19 de junho pela Assembleia Geral das Nações Unidas, os 656 falcêmicos atendidos pelo Hemocentro de Alagoas (Hemoal) têm razão para comemorar. Isso porque, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, que possui alto poder de contágio, o hemocentro alagoano está assegurando assistência por meio do Ambulatório de Hematologia.

Para isso, a Gerência da Hemorrede Pública de Alagoas adotou todas medidas de segurança, como o distanciamento social, disponibilização de máscaras e álcool a 70% para os pacientes e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a equipe multidisciplinar, conforme os pré-requisitos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas medidas têm garantido que, desde o início da pandemia, em março deste ano, os falcêmicos recebam assistência hematológica, odontológica, nutricional, psicológica e das equipes de enfermagem e assistência social.

Caracterizado como um problema hereditário, que provoca uma deformação das hemácias (glóbulos vermelhos), afetando, em sua maioria, a população afrodescendente, a doença falciforme é diagnosticada e tratada no Hemoal. A patologia quando não diagnosticada em tempo oportuno e tratada adequadamente, pode provocar lesões no cérebro, pulmões e, principalmente, nos rins. “É uma doença que requer acompanhamento constante e encontramos essa assistência no Hemocentro de Alagoas”, salienta o psicólogo Sidney Santos, que é portador da doença.

“O problema acontece porque as células ficam rígidas ou endurecidas e tendem a formar grupos que podem fechar os pequenos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue. Mas, apesar de não ter cura, a doença falciforme, que afeta um em cada mil nascidos vivos, não representa uma sentença de morte ou um problema que inviabiliza a vida dos seus portadores”, esclarece a hematologista do Hemoal, Verônica Guedes.

A médica salienta que estes pacientes
recebem transfusões sanguíneas periódicas e, caso não sejam acompanhados por
especialistas, podem sofrer sobrecarga de ferro no fígado e coração. Os falcêmicos
também podem ser acometidos por inflamações na vesícula biliar, aumento do
baço, dores ósseas, articulares, na barriga e infecções de repetição.

“Os principais sintomas da doença
falciforme são as dores súbitas, inchaços nas mãos e pés, infecções bacterianas
como otite, amigdalite, pneumonia e até meningite, além do aumento do baço,
inflamação da vesícula biliar, ereção involuntária do pênis, conhecida como
priapismo, além do AVC [Acidente Vascular Cerebral]”, informa Verônica Guedes,
ao salientar que a patologia pode ser detectada após o sexto dia de vida, por
meio do Teste do Pezinho, disponibilizado em 705 unidades de saúde públicas do
Estado.  

Fonte: Saúde Alagoas

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